*Por Fernando Vinicius da Rocha
Em um mercado internacional cada vez mais competitivo, no qual as oscilações de preços das commodities estão presentes, bem como a existência de uma margem de lucro pequena por parte dos produtores, a utilização da armazenagem dos produtos agrícolas acaba se comportando como uma importante estratégia comercial. Com a possibilidade de uma comercialização tardia, na entressafra do produto, a obtenção de preços maiores no mercado, aliada aos menores gastos com transporte (frete), podem garantir um lucro maior ao produtor, simplesmente pela possibilidade de armazenar parte da produção aproveitando de oportunidades de mercado.
Dada a importância desse assunto um estudo, elaborado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (ESALQ-LOG), mostrou que, no caso da soja produzida na região Centro-Oeste brasileira, responsável por mais de 45% da produção da oleaginosa no país, segundo dados da CONAB, mesmo com o pagamento das taxas de armazenagem por alguns meses, é possível observar um incremento do lucro final com a comercialização da produção.
Em um mercado internacional cada vez mais competitivo, no qual as oscilações de preços das commodities estão presentes, bem como a existência de uma margem de lucro pequena por parte dos produtores, a utilização da armazenagem dos produtos agrícolas acaba se comportando como uma importante estratégia comercial. Com a possibilidade de uma comercialização tardia, na entressafra do produto, a obtenção de preços maiores no mercado, aliada aos menores gastos com transporte (frete), podem garantir um lucro maior ao produtor, simplesmente pela possibilidade de armazenar parte da produção aproveitando de oportunidades de mercado.
Dada a importância desse assunto um estudo, elaborado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (ESALQ-LOG), mostrou que, no caso da soja produzida na região Centro-Oeste brasileira, responsável por mais de 45% da produção da oleaginosa no país, segundo dados da CONAB, mesmo com o pagamento das taxas de armazenagem por alguns meses, é possível observar um incremento do lucro final com a comercialização da produção.
Resumidamente, para tal estudo, analisou-se comparativamente os dados das receitas obtidas pela venda da produção da oleaginosa por parte dos produtores, com os dados das despesas enfrentadas pelos mesmos agentes na comercialização da produção (transporte até o porto + armazenagem). No caso do valor do grão no mercado, obtido através do indicador de preços do CEPEA, é notável que, com uma maior oferta de produtos no período de safra, o preço dos mesmos praticados no mercado venha a sofrer reduções, voltando a apresentar variações positivas no período de entressafra.
Por sua vez, em sentido contrário, os valores pagos pelo transporte da produção (para os portos de Santos e Paranaguá, principais portos exportadores de soja) passam a aumentar no período de safra, em decorrência do aumento na demanda por tal serviço, como pode ser observados através de dados do SIFRECA. Tais oscilações são exemplificadas na figura 01, obtida através de dados de 2009.
Figura 01. Sazonalidade dos preços entre os períodos de safra e entressafra |
No caso dos valores referentes a armazenagem do produto, os mesmos foram retirados do Sistema de Informações de Armazenagem – SIARMA, projeto desenvolvido pelo Grupo ESALQ-LOG, e foram considerados valores de armazenagem pertinentes a mesma safra.
Em decorrência das análises, conseguiu-se obter uma série de valores denominados “Receita Líquida”, que se referem à diferença entre os ganhos e os gastos totais dos produtores, e o observado, para o período de 2009 (safra 2008/2009) foi que, mesmo com a utilização da armazenagem por alguns meses, a Receita Líquida obtida foi maior do que a receita obtida com a rápida comercialização (sem utilização da armazenagem). A figura 02, abaixo, mostra a evolução dessa receita.
Figura 02. Receita Líquida obtida no primeiro semestre de 2009, com e sem o uso da armazenagem. |
Como observado na figura 02, a Receita Líquida máxima obtida pelos produtores se deu no mês de maio, com a utilização da armazenagem por três meses – o pico de colheita na região Centro-Oeste se dá entre o final de fevereiro e meados de março. Após esses três meses, o verificado foi um decréscimo da receita obtida, sendo a comercialização nesse terceiro mês a melhor das opções para o produtor.
Com base em tais observações, a conclusão foi que o aumento do ganho observado se deu em função da conquista de melhores preços no mercado internacional (período de entressafra), além do fato de que houve uma redução nos gastos pertinentes ao transporte da produção. Sendo assim, por propiciar a opção de uma comercialização tardia da produção, podendo chegar ao período de entressafra, a armazenagem pode ser uma ótima opção aos produtores de grãos, dada essa possibilidade do aumento da receita líquida. É importante ressaltar que o comportamento evidenciado no presente estudo pode variar entre as diversas safras, de acordo com o comportamento dos preços do produto e dos serviços logísticos tanto no mercado interno quanto no externo.
Com base em tais observações, a conclusão foi que o aumento do ganho observado se deu em função da conquista de melhores preços no mercado internacional (período de entressafra), além do fato de que houve uma redução nos gastos pertinentes ao transporte da produção. Sendo assim, por propiciar a opção de uma comercialização tardia da produção, podendo chegar ao período de entressafra, a armazenagem pode ser uma ótima opção aos produtores de grãos, dada essa possibilidade do aumento da receita líquida. É importante ressaltar que o comportamento evidenciado no presente estudo pode variar entre as diversas safras, de acordo com o comportamento dos preços do produto e dos serviços logísticos tanto no mercado interno quanto no externo.
* Pesquisador do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (ESALQ-LOG) e aluno de gradução em Engenharia Agrononômica na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ/USP)
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