Augusto Hauber Gameiro*
José Vicente Caixeta Filho**
Na logística para o mercado de bebidas, não se pode segregar as atividades dos insumos das atividades dos produtos finais. Em outras palavras, devido à correlação entre as atividades logísticas desses dois segmentos, a gestão logística na indústria de bebidas deve considerá-la sob uma mesma perspectiva.
O transporte na indústria de bebidas pode ser representado esquematicamente por meio da figura a seguir:
Representação esquemática do transporte na indústria de bebidas |
O transporte das matérias-primas dos fornecedores para as plantas industriais compõe uma etapa da logística que é chamada de suprimento ou inbound. O transporte de produto acabado a partir da sua fabricação nas plantas industriais é denominado distribuição ou outbound. No dia-a-dia do setor, essa distribuição recebe a denominação popular de “puxada”.
Augusto Hauber Gameiro |
Essa distribuição pode ocorrer com destino às revendas de bebidas, com destino aos centros de distribuição (CDs) próprios, com destino a grandes clientes (geralmente grandes grupos varejistas que compram diretamente das fábricas) ou com destino a outras plantas industriais, caso este em que recebe a denominação de transferência.
A partir das revendas e/ou dos CDs, os produtos precisam chegar ao setor varejista que atenderá os consumidores finais. Esse varejo pode ser desde uma rede de supermercados, minimercados, mercearias, padarias, restaurantes e bares (até mesmo os chamados “botecos”).
Pode-se, por conseguinte, definir três grandes grupos de logísticas distintas: i) a das matérias-primas dos fornecedores para as fábricas de bebidas; ii) a de produtos acabados em veículos fechados, de maior capacidade, entre fábricas e distribuidores; e iii) a de produtos fracionados em veículos menores visando o acesso aos pontos finais de venda, principalmente em centros urbanos.
José Vicente Caixeta Filho |
Interessante notar que, visando atender diferentes mercados regionais, as empresas de bebidas acabam instalando-se de forma bastante pulverizada no território nacional. As empresas maiores, principalmente, adotam tal estratégia.
Essa ampla distribuição geográfica implica significativos esforços logísticos para atender de forma eficiente a todos os mercados. Essa tarefa exige toda uma estrutura física de veículos, armazéns, terminais e vias de transporte, bem como uma estrutura negocial e contratual com filiais, representantes, distribuidores, prepostos etc.
* Augusto Hauber Gameiro é Professor Doutor do Departamento de Nutrição e Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP e pesquisador convidado do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (ESALQ-LOG).
** José Vicente Caixeta Filho é Diretor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (ESALQ-LOG) e Professor Titular do departamento de Economia, Administração e Sociologia da ESALQ/USP.
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