A logística da vida

"Gostaria de compartilhar com meus colegas da Abrange uma mensagem que escrevi para meu companheiro. Convivemos por 11 anos e faz quase 2 meses do seu falecimento. Foi tudo muito rápido. Quem espera perder um ente querido?

Vivíamos bem, mas, agora que ele se foi, vejo que poderíamos ter aproveitado muito mais e que muita coisa ficou para trás, não tivemos tempo de realizar.

Quando recebi a notícia fiquei perplexa: “Como assim?”, questionei com gritos e choro o médico pelo telefone. Não queria acreditar, mas tive que enfrentar a situação, pois eu tinha que tomar as providências: funerária, enterro, dar a notícia para os parentes, amigos, etc.

Foi muito difícil enfrentar essa maratona devastadora. Nos dias seguintes a perda, fui em busca do que perdi, ainda não acreditava que ele tinha partido, tive a impressão de que estava tudo de cabeça para baixo em minha vida, queria vê-lo, queria senti-lo, queria perguntar o porquê ele me deixou. O sofrimento só não está sendo maior porque o Espírito Santo me dá o consolo de que preciso, pois preciso de forças para continuar.

Porque só depois das perdas e do sofrimento é que paramos para pensar, refletir e ir em busca de uma vida melhor? A morte nos revela que o nosso tempo é limitado e, por isso, valioso demais, para perdermos tempo com discussões, orgulho e falta de compreensão.

Gostaria de compartilhar com vocês essa experiência por qual estou passando, levando uma mensagem:


Quem não passou por essa experiência, ainda dá tempo de fazer grandes mudanças, hoje, agora! Não deixem com que o orgulho e nem a falta de tempo impeçam que vocês vivam bem e façam todos ao redor felizes. Ela também nos oferece uma oportunidade para rever e renovar o sentido da nossa vida.

E para quem já passou ou está passando por essa situação e ainda está se sentindo sufocado pelo luto e pela dor, saiba que o mundo não vai acabar por isso que aconteceu em nossa vida, saiba que as pessoas são solidárias no dia do acontecimento e depois cada qual retoma sua vida. A nossa dor, nosso sofrimento passa a ser individual e aí devemos buscar forças em Deus, para reagir e enfrentar essa dor que nos torna tão solitários. É difícil, mas devemos aceitar a realidade, devemos enfrentar a dor da perda. Só assim vamos superá-la e teremos condições de nos lançar a novos desafios.

O que restou de nós foi muita saudade, que a cada dia aumenta mais e mais. Por isso me questiono, e hoje tenho certeza de que podemos ser melhores do que somos”.

Abaixo, segue a mensagem que Neiva fez para ele.

FOG!!!


Se eu soubesse que aquela segunda feira do dia 07/02/2011, seria a última vez a te ver,

Teria fixado meus olhos aos teus para fixar mais ainda o seu olhar,

Eu lhe daria muitos abraços, muitos e muitos,

Se eu soubesse que seria a última vez a ver você,

Eu lhe daria não só um beijo como fiz,

Mas lhe daria outro, e mais outro e outro.

Se eu soubesse que seria a última vez a ouvir a sua voz,
Eu gravaria cada palavra, para ouvir depois e depois, todos os dias.

Se eu soubesse que seria a última vez,

Eu lhe diria sem parar, te amo... te amo... e te amo.


Você é muito importante para mim,

Eu te diria ao invés de deixar que você presumisse.

Se eu soubesse que hoje seria o último dia a compartilhar com você a vida,

Eu o sentiria muito mais intensamente em vez de deixá-lo simplesmente a pensar.


Sempre acreditamos que haverá o amanhã...

Para corrigir um descuido,

Para ter uma segunda chance de acertar.

Mas, diante da morte as chances se esgotam,

E não há mais nada a fazer, a não ser se arrepender...

De não ter dado mais um sorriso, mais um abraço, mais um beijo.


Ah... Fog!

Se eu soubesse que aquela seria sua última noite,

Com certeza te daria muitos outros beijos,

E ficaria te zelando e te afagando,

Até seu último suspiro!


OBRIGADA FOG, pelos lindos momentos que me proporcionou!


FICA EM PAZ!!!


Neiva Pereira, funcionária da Abrange.