Resultados
das empresas, indicadores macroeconômicos e busca de alianças e de maior produtividade
em benefício da cadeia de negócios foram discutidos no painel "O Brasil
que dá certo" como reforço do tema central do evento, a confiança. O
debate contou com a participação da ex-ministra Marina Silva e dos presidentes
da Associação Paulista de Supermercados (Apas), João Galassi; da Unilever,
Fernando Fernandez; da Nielsen, Eduardo Ragasol, e do Valor, Alexandre Caldini
Neto.
O encontro foi mediado pelo economista Nelson Barrizzeli, da Faculdade de
Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Ele lembrou
que o crescimento de 3% dos atacadistas e de 2,6% dos supermercados no primeiro
trimestre já é suficiente para afastar visões negativas. "A gente tende à
autoflagelação, mesmo que o Brasil tenha mudado de forma violenta nos últimos
10 ou 12 anos.
A transformação social que elevou o salário médio a US$ 1,2 mil
é muito mais relevante que o pibinho", disse Fernandez, da Unilever. A
empresa tem no país sua segunda maior operação mundial, crescimento três vezes
maior que do resto do mundo e prolongado ciclo de crescimento médio entre 5% e
6% nos últimos 38 meses que permite vislumbrar planos de longo prazo para o
país. A questão, segundo ele, é que o tempo de crescimento fácil acabou e hoje
exige-se das empresas investimentos em inovação e criação de grandes marcas no
ponto de venda. Galassi, da Apas, vê na conquista da produtividade a saída para
o crescimento. Ele comemorou o impacto direto nas vendas graças ao pleno
emprego e ao crescimento real dos salários. "O que nos preocupa é que o
modelo parece estar se exaurindo", disse.
Para Eduardo Ragasol, da
Nielsen, a revolução do consumo ocorrida no Brasil nos últimos 20 anos
transformou a vida das pessoas, tal o ganho de bem-estar decorrente. "Uma
das categorias que mais cresceram nos supermercados foi a de perecíveis, com o
aumento da posse de geladeiras", observou. A inserção na economia formal
capacitou o consumidor a ter sonhos, planejar o futuro e movimentar os
negócios. Além disso, seu comportamento particular colabora com a indústria - o
brasileiro, segundo ele, adora marcas. "A marca dá confiança",
afirmou Ragasol. Novidadeiro, o consumidor também adota inovações e assumiu
como novos drivers de consumo sofisticação, conveniência, saudabilidade e
indulgência.
(Jornal Valor Econômico, Suplemento/SP – 12/05/2014)
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