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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

As mudanças logísticas causadas pelo novo terminal de transbordo de Rondonópolis-MT

Por Kalil Winters

O grande potencial do estado mato-grossense na produção de grãos, e o aumento constante dela, necessitam de expansão e modernização dos serviços logísticos ligados ao escoamento das produções.  É com base nisso, e principalmente focando na exportação das commodities produzidas no estado do Mato Grosso, que a América Latina Logística (ALL) anunciou em maio de 2011 a construção de um novo terminal multimodal na cidade de Rondonópolis – MT.

O terminal é projetado para atender a demanda de produção por mais 25 anos. Ele permitirá à instalação de 30 empresas, construindo ali um distrito industrial ligado à malha norte da ferrovia, também da ALL.

O projeto ajudará no escoamento de toda a produção mato-grossense, que hoje em dia tem um sistema logístico com alguns gargalos, que podem ser minimizados com este terminal, que deverá gerar aproximadamente 3000 empregos diretos e capital para o município e para a região.  O terminal reduzirá a necessidade de transporte rodoviário até o porto  – isso significa uma melhora do ponto de vista sustentável - do ponto de vista logístico, pois a quantidade de carretas do tipo bitrens será reduzida em aproximadamente mil unidades - e do ponto de vista de segurança e de qualidade das estradas.

Corredor Centro-Oeste. Fonte: ESALQ-LOG


A cidade de Rondonópolis está estrategicamente posicionada no estado do Mato Grosso. Conforme observado nas figuras 5 e 6, a cidade liga as Rodovias BR – 163 e BR  – 364, responsáveis pelo escoamento da maioria da produção de commodities do estado, pois Atravessa as regiões produtoras, se unindo em Rondonópolis e indo até Alto Araguaia – MT, cidade onde se localiza o principal terminal intermodal mato-grossense atualmente.

A ampliação da ferrovia da malha norte (ALL), promete chegar até a cidade, totalizando 260 km de nova ferrovia, chegando até Itiquira  – MT esse ano, e ligando Rondonópolis ao ponto de transbordo já existente em Alto Araguaia no segundo semestre de 2012. Essas obras essas já se iniciaram em maio de 2009.

A construção do novo terminal multimodal em Rondonópolis – MT deve alterar o painel de escoamento de produção no estado do Mato Grosso. Esta nova infraestrutura deve aliviar o transporte atualmente realizado pelo modal rodoviário, que é mais caro e menos ecológico da matriz de transporte nacional. Além disso, o terminal de Rondonópolis criará alternativas aos transbordos de Alto Araguaia-MT e Alto Taquari –MT, que atualmente são os únicos pontos de transbordo no estado. Dessa forma, o transporte de commodities agrícolas do estado do Mato Grosso tende a ser facilitado e barateado, tornando sua produção agrícola mais competitiva no mercado internacional.

O estado é o que mais cresce em termos de produção de grãos no país, e agora com essa nova alternativa de escoamento, o volume movimentado  pela ferrovia  deve crescer ainda mais, e o custo logístico deve diminuir em até 15%.

    Ligações Intermodais 2007-2010. Fonte: PAC, Relatório Mato Grosso

Infelizmente, os portos brasileiros ainda não têm a capacidade de receber facilmente tal produção, e encontram grande dificuldade com o espaço para expandir.  Esse é um outro problema do sistema da logística agrária brasileira. O projeto promete mudanças sociais radicais na região. Os analistas estão otimistas com essas mudanças, acreditam que não acarretará em maiores problemas para a população mato-grossense.

Do ponto de vista ambiental também, as espectativas são as melhores possíveis para a construção. A construção do terminal deve realmente ajudar muito no escoamento da produção mato-grossense, tornando o estado mais competitivo ainda no mercado nacional e internacional. Tem como objetivo também desafogar o modal rodoviário, este que já não é muito eficiente, devido a má condição das estradas do estado, e ao tráfego intenso de caminhões nas principais ferrovias. As expectativas pelas melhoras trazidas por ele são muito boas.

Kalil Winters é Aluno de graduação em Engenharia Agronômica na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Grupo ESALQ-LOG (ESALQ/USP).

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