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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Pré-sal: logística é o maior desafio

No último assunto que abordamos sobre a negociação do Campo de Libra, a maior reserva de petróleo na camada pré-sal, tratamos do resultado do “leilão” que, sem concorrência, não poderia ser classificado assim; embora o Governo ainda sustente que foi um sucesso, não poderíamos deixar de citar algumas das razões que levaram o Brasil a negociar os direitos de exploração de uma das maiores descobertas econômicas que coloca o país entre os grandes, não pelo petróleo em si, pois continuamos atrás em relação a alguns países, mas pelo desenvolvimento atrelado a essa exploração que, devido à falta de estrutura, ficamos limitados e não aproveitaremos os benefícios em sua magnitude.

Se percebermos os benefícios em outros segmentos do mercado nacional, como a indústria do aço, por exemplo, podemos acreditar no reforço econômico que a exploração do pré-sal trará para o país. De momento, o que podemos perceber é que, por falta de planejamento e deficiência na infraestrutura, estamos procurando diminuir prejuízos. Assim, buscamos explicações sobre como o Brasil compra do Brasil sua própria reserva de petróleo, fica com 41,65% e diz que a negociação foi um sucesso[...]. Eu também ficava feliz quando não estudava para uma prova e mesmo assim tirava uma nota 4 – que não me garantia muita coisa.
Infelizmente, sofremos duas vezes devido a mesma falta de logística: quando nos impossibilitamos de explorarmos 100% das nossas próprias reservas e novamente para obtermos esses 41,65%. A logística, o déficit tecnológico e a falta de mão de obra qualificada são gargalos reais e insistentes que diminuem a eficiência e a competitividade na exploração dessas reservas em águas profundas.
As grandes plataformas instaladas hoje na costa brasileira estão distantes e isso encarece a logística. O grande desafio agora é a redução de custos logísticos para as futuras plataformas que, em média, estarão três vezes mais distantes, a cerca de 300 km da costa. Se o transporte de pessoal, que hoje beira as 80 mil pessoas por mês, já representa um gargalo – com as novas operações até 2017 esse número será praticamente o dobro – que dirá o transporte de cargas que passará de cerca de 1,4 milhão de toneladas para cerca de 2,3 milhões de toneladas. E o que falar do escoamento da produção com portos pedindo socorro e equipamentos insuficientes? A “solução” aponta para um melhor e maior desenvolvimento do transporte dutoviário?
Para a exploração de Libra o Brasil irá construir 17 plataformas petrolíferas. Grande oportunidade para empresas brasileiras engrossarem seu leque se, evidentemente, poderem contar com um aumento substancial de profissionais qualificados e apoio financeiro para tocar esses projetos que fomentam várias outras empresas no ramo do aço, transporte, equipamentos, educação etc. Mas, estamos acompanhando o ótimo crescimento da indústria naval brasileira que superou as expectativas devido bons planejamentos, excelentes investimentos e incentivos do mercado de derivados através do PROMEF (Programa de Modernização e Expansão da Frota Nacional de Petroleiros) criado em 2004. Isso anima e reforça que, quando há planejamento, a coisa vai! A questão agora é se temos tempo. Ainda bem que o petróleo não tem para onde ir, a não ser para os sistemas estrangeiros de extrações que, sem dúvidas, se instalarão primeiro que nós, pois saem de lá com menos entraves e impostos do que nossa indústria nacional.
O Brasil possui expertise em prospecção em águas profundas e tem como espelho grandes potências produtoras. Isso é bom. Contudo, é perigoso não conhecermos os detalhes dos caminhos a serem seguidos ou começarmos pelo fim. Sabemos que o prato é gostoso, mas não termos acesso a todos os ingredientes pode nos deixar sem gosto e difícil de engolir.
“Difícil de engolir” é uma boa expressão para resumir o falso contentamento diante de uma excelente oportunidade de desenvolvimento que o Brasil não abraçou como deveria porque errou, anos e anos, no desenvolvimento logístico. Erros passados não têm jeito. Agora é pau na máquina! Embaixo d’água – bom lembrar.

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