Leia a seguir, a historia de João Evangelista, um homem determinado, o qual tomou como meta participar de uma prova de longa distância. Uma história de conquista e determinação!
Para quem começou a correr na rua há três anos (antes, praticamente só corria na esteira, em torno de 8 km), decidir participar de uma prova de longa distância não foi fácil!
Já tinha participado de uma prova de 21km (1ª prova em jun/09) e outras de 10 km, mas nunca uma maratona. Então, em julho deste ano decidi correr a minha 1ª maratona e coloquei como alvo alcançar esse objetivo em junho/2013. O cenário ideal seria: frio e um circuito o mais plano possível. Pensei: “Ainda em 2012 vou subir um degrau, correndo 32 km, para começar a ganhar experiência”. Mas, quando a gente começa a treinar e as distâncias vão aumentando, não tem com evitar o sonho de antecipar esta tentativa. Afinal, após os 32 km são só mais 10 km.
Não transmitia nada a ninguém, nem à minha família, mas faltando uns 45 dias para a prova, comecei a sonhar em completar a maratona (eu já tinha feito a inscrição na maratona de Florianópolis). De vez em quando, a imagem da linha de chegada vinha à minha mente e eu me emocionava.
Vieram os treinos: 15 km, tiros diversos e em um treino programado para 18 km, em um dia com temperatura boa, resolvi extrapolar e corri 25 km. Rapidamente transmiti ao Murakami, meu treinador, aguardando um elogio, mas logo veio a bronca: “Era para correr só os 18 km! Agora, os próximos treinos podem ficar prejudicados!”, disse ele. E realmente ele tinha razão, na quarta feira seguinte estavam previstos 10 tiros de subida e foi bem difícil cumprir a planilha.
Faltando 15 dias para a prova, finalmente o que eu ansiava: um treino longão de 28k a 32 km. Foi programado para as 8h para eu me acostumar com o calor. Até os 23k fui bem, mas depois comecei a sentir dores na panturrilha e diminui bastante o ritmo. Quando cheguei à “base” para nova hidratação, alcançados 27 km, encontrei o “muro” e comecei a ter fortes câimbras (às 11hs a temperatura estava em 37º e umidade do ar bem baixa). Passei a semana seguinte sem treinar, devido à contratura muscular nas duas panturrilhas e cheguei a pensar que talvez não conseguisse participar da prova.
Mas após algumas sessões de fisioterapia melhorei e faltando uma semana para a prova, voltei a treinar e fiz 31k - não conseguiria correr nem mais 200m! Neste dia, lembrei-me da frase de Nistzsche “tudo que não nos mata, nos faz crescer”! No dia seguinte a este treino, procurei o Murakami e ele foi logo perguntando: “E daí? 32k ou 42k?”, respondi imediatamente: “Vou tentar os 42k”. Murakami apoiou e me passou várias dicas, entre elas estas: “maratona é 70% cabeça; Corra em ritmo mais lento e a partir de determinado ponto faça um intervalado (correr mais rápido, pois tinha mais conforto e depois caminhar um pouco)”.
Chega o grande dia. Eu estava tranqüilo, a temperatura muito boa (máxima de 24°C). Já com uns 30 minutos de prova, comecei a cruzar com os primeiros corredores que largaram antes, e todos aplaudiam: eram os cadeirantes, sendo que alguns corriam por si só e outros eram empurrados por seus parceiros, pois eram tetraplégicos. Foi muita emoção ver todo o esforço e vontade destes atletas excepcionais, em todos os sentidos!
No 23º km, diante de uma leve e constante subida (tinha uns 3k), iniciei os intervalados para de forma preventiva para guardar energia e pernas para o final, e então corria uns 800m e caminhava uns 30 passos. Decorrido 3h 14min de prova, no 32k, eu estava me sentindo muito bem, resolvi afrouxar um pouco o cadarço do tênis, mas quando agachei......aaaaaiiiiiiii! Senti uma forte câimbra. Caramba, eu estava indo tão bem e agora esta! Fiz bastante alongamento e lembrei- me do comentário do amigo Marcelo: “Se você fizer 32k, o restante você conclui nem que seja caminhando”. Com esta proposta, resolvi ir em frente: trotava uns 500m e caminhava uns 50m. Com o passar do tempo diminuía os trotes e aumentava a caminhada, pois as pontadas na panturrilha antes espaçadas, passaram a ser mais constantes.
Quando faltava uns 2k para o fim da prova, uma forte emoção passou a me acompanhar, eu ia chegar…! eu ia chegar…!; Já estava só caminhando, mas eu ia chegar! Logicamente que os 100m finais eu completei correndo (para sair bem nas fotografias, hehe..). E assim, realizei o que até então eu achava impossível, concluir uma MARATONA!
Sou muito grato à minha família, à minha esposa Aracelis pelos incentivos sem igual, e pelos deliciosos pratos de massa durante este período de treinamento; Ao Murakami, que nos contagia com sua dedicação, incentivos e conhecimentos; À Luciana Chain, onde faço academia (Body Work) há seis anos e onde dei os primeiros passos para me tornar um corredor; À Neila (Conscio Pilates), onde faço pilates, que com os alongamentos e exercícios específicos permitiu que eu continuasse a correr (há dois anos e meio, após sentir dores nas costas, a radiografia mostrou que eu tenho um pinçamento no nervo na 3ª vértebra e dois médicos me disseram que eu deveria procurar outro esporte - a sugestão era natação, por não ter impactos – mas o pilates resolveu o problema, só não posso interromper os exercícios mais que 20 dias, que as dores voltam); À Marta Rochelle, minha nutricionista que com suas orientações e conhecimentos sempre atualizados, muito me ajudou. E principalmente a Deus por toda a felicidade da vida que ele nos dá.
João Evangelista Carvalho Filho, empresário Florianópolis, 30/09/12.
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