Por: Abel Dias
Normalmente pedimos ajuda, mas muitas vezes não temos a coragem de nos deixarmos ser ajudados. Continuamos agarrados às nossas cordas, porque nos parece ridícula e perigosa a ajuda que nos oferecem... e então agarramo-nos, ainda com mais força, às nossas cordas ficando à espera que milagres aconteçam.
Contam que um alpinista, ansioso por conquistar uma altíssima montanha, iniciou a sua escalada depois de anos de preparação. Como queria a glória só para ele, resolveu subir sem companheiros. Durante a subida foi ficando cada vez mais tarde, e ele não se havia preparado para acampar, sendo que decidiu continuar a subir... e por fim ficou escuro.
A noite era muito densa naquele ponto da montanha e não se podia ver absolutamente nada.
Tudo era negro, visibilidade zero, a lua e as estrelas estavam encobertas pelas nuvens. Ao subir por um caminho estreito, a apenas poucos metros do topo, escorregou e precipitou-se no abismo, caindo a uma velocidade vertiginosa.
O alpinista via apenas velozes manchas escuras passando por ele e sentia a terrível sensação de estar a ser sugado pela gravidade.
Continuava caindo... e naqueles angustiantes momentos passaram pela sua mente alguns episódios felizes e outros tristes da sua vida. Pensava na proximidade da morte, sem solução...
De repente, sentiu um fortíssimo solavanco, causado pelo esticar da corda na qual estava amarrado e que estava presa nas estacas cravadas na montanha.
Nesse momento de silêncio e solidão, suspenso no ar, não havia nada que pudesse fazer e gritou com todas as suas forças:
- Meu Deus, ajuda-me!!!
De repente, uma voz grave e profunda, vinda dos céus, lhe respondeu:
- Que queres que eu te faça?
- Salva-me, meu Deus!!!
- Realmente crês que eu posso salvar-te?
- Com toda a certeza Senhor!!!
- Então corta a corda na qual estás amarrado... Houve um momento de silêncio... então o homem agarrou-se ainda mais fortemente à corda.
Conta a equipe de resgate que no outro dia encontrou o alpinista morto, congelado pelo frio, com as mãos agarradas fortemente à corda... a apenas dois metros do solo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário